Angolanos lotam aviões para tratamentos estéticos ou de reprodução assistida no Rio
Dermatologia é a especialidade mais procurada nos consultórios cariocas Pacientes de além-mar fazem de uma simples limpeza a terapias com laser
A tendência desse mercado é crescer cada vez mais observa.
Dermatologia
Há alguns anos, a dermatologista carioca Katleen Conceição encontrou uma angolana na clínica em que trabalhava. A identificação foi imediata: como ambas eram negras, a jovem pediu para ser atendida por ela. A médica, que já estava se especializando em pele negra, acabou virando uma celebridade entre os clientes do outro lado do Atlântico. Em março, a convite do Ministro da Defesa, Cândido Pereira dos Santos Van-Dúnem, passou uma semana por lá, dando palestras.
O ministro veio para uma consulta e fez o convite. Brinquei que todo mundo prometia, mas ninguém me levava. Um mês depois, estava com o passaporte carimbado conta Katleen.
Em Angola, a dermatologista visitou de hospitais a tribos e pôde constatar a precariedade do atendimento médico. Katleen conta que, aqui e ali, já despontam alguns consultórios de estética, que fazem, no máximo, um peeling de cristal. Não é à toa que a classe média prefere vir para o Rio e lota a The Skin, a clínica especializada em pele negra da médica Paula Bellotti, no Leblon. Lógico que muitas pacientes pedem botox, peeling e preenchimento, mas o hit do momento são os tratamentos a laser.
Manchas são frequentes na pele negra. No caso dos angolanos, os hábitos alimentares ainda contribuem para que muitos tenham casos graves de acne. E não é todo profissional que sabe usar ou possui no consultório um laser específico explica a médica, que já apresentou em Harvard um trabalho sobre o uso de laser em peles negras.
Quando começou a planejar sua primeira viagem ao Rio, Edna Bessa, de 29 anos, formada em relações internacionais, tratou logo de marcar consulta com Katleen, que conhecera por indicação de outras pacientes. Também agendou um pacote completo, com diversos tipos de tratamento, e acrescentou uma cereja ao bolo: a boa e velha limpeza de pele.
Como o visto demora a sair, a gente vai se organizando. Quando está com a documentação em dia, agenda as consultas. No meu caso, venho de três em três meses. Faço máscaras, peeling, laser e ainda compro os cosméticos, porque em Angola não temos muita variedade diz Edna. A limpeza de pele é o retoque final.
Esteticista há 27 anos, Maria José Nascimento descobriu o filão das angolanas há três e só faz a limpeza de pele após a paciente passar por um dermatologista. Muitas contam que, em Angola, é possível espremer cravos e espinhas em salões de beleza, mas o tratamento completo, com direito a suavizar as marcas da acne, inexiste.
A combinação de esteticista com dermatologista, só aqui observa Maria José. As angolanas ficam encantadas, porque fazemos um trabalho específico para elas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário